Rússia e EUA: Uma nova Guerra Fria?

As operações militares no Iraque e na Síria para conter as barbáries do Estado Islâmico estão dando o que falar. De um lado, EUA e aliados; de outro, Rússia.
Nas últimas horas, bombardeios sistemáticos em áreas da Síria controladas pelo Estado Islâmico tem sido levados a cabo pelas tropas cujo Comandante-em-Chefe é Vladimir Putin. Finalmente, uma ação histórica de peso contra o Estado Islâmico emerge. Com isso, a Rússia ajuda a tirar do afogamento e do esquecimento centenas de cristãos e de outras minorias no Iraque e adjacências.
À luz da teologia cristã, não vejo problema algum nessa ação, uma vez que a autoridade, “nas condições normais de temperatura e pressão”, é ministro investido de Deus e participa de comissão divina (Romanos 13). Isso porque a autoridade deve castigar os maus e proteger os bons. E não há dúvida alguma, do Ocidente à Rússia, que o Estado Islâmico, no cenário atual, é agente de toda sorte de iniquidades contra cristãos e outros grupos.
E, não é demais lembrar: além dos cristãos, estão sendo resgatados desse mar bravio homossexuais, por quem Barack Obama e a militância Ocidental – que tanto criticam Putin – pouco fazem efetivamente nesse caso. Isso para não mencionar a preservação de registros arqueológicos e históricos importantes para a cultura humana.
Por tudo isso, é muito bem vinda a ação militar russa.
Contudo, a reprimenda enfrenta oposição dos EUA e aliados. Sei que uma análise mais acurada de política internacional é extremamente complexa, pois envolve muitos atores, interesses diversos, intenções ocultas e informações privilegiadas.
Todavia, prossigo.
No caso em tela, Rússia e EUA apoiam grupos internos diferentes e isso parece ser o motivo último da divergência entre os grupos.
Paralela ao movimento russo está a ação dos EUA. Esperneiam por causa do bombardeio do Kremlin contra o Estado Islâmico, mas, a passos tranquilos, se envolvem em mais uma enrascada – o bombardeio ao Hospital do “Médicos sem Fronteiras”, no Afeganistão. De um lado, a Presidente da organização humanitária acusa os EUA de crime de guerra, de outro, Tio Sam se defende alegando erro e equívoco. Ou seja, mais uma zona cinzenta está sobre a Casa Branca, que nem corre e nem tira a corrente do pé de quem pode correr.
Não sou antiamericano. Mas o fato é que a Rússia agiu. E agiu em defesa de uma minoria perseguida e vilipendiada.
Como afirmei, a análise de cenário internacional é difícil de ser feita com precisão. Entretanto, registro meu louvor à ação da Rússia contra o Estado Islâmico, a despeito de eventuais objetivos futuros que Putin queira colher com essa Campanha.
O Cenário internacional é de tensão entre Washington e Moscou. Será que uma nova Guerra Fria está a caminho ou já está em curso?
Por Pr. Marcos Paulo